O Chan do TAO, o TAO do ZEN

 

 Uma visão comparada sobre a evolução do pensamento no oriente

Introdução

Por tradição no oriente, a ação da oratória era fundamental no  transcorrer da vivência entre o mestre e o aprendiz.
O princípio da vivência era realizado pela experiência do mestre,geralmente um ancião e de um aprendiz volntarioso que se destinava a aprender um ofício ou mesmo receber a experiência pela transmissão oral.
O arquétipo da mente humana, geralmente é exteriotipada pela forma intelectualiza de entender o mundo, que envolve a natureza e o espírito do homem no fluxo da vida.
O homem comum vê o mundo,interpreta e introjeta na sua mente aquilo que a olho nu lhe revela a imagem, entretanto o entendimento profundo, no caso das artes Marciais no oriente, é estimulado a trabalhar mais o lado da intuição.
Para o discípulo no oriente lhe era facultado e somente à ele, o  estímulo e desenvolvimento pela percepção em todo aprendizado.
Ao analisar sobre a introdução da meditação da escola “Chan” na China,escola Zen no Japão, uma versão modificada da expressão Dhyanna da Índia, que significava "caminho", através dos tempos, o estudo focaliza a evolução do pensameno para a versão do Tao e posteriormente Zen.
O Budismo Zen, no Japão é uma evolução do budismo "Chan" da China e uma evolução de Dhyanna antiga Índia dos tempos remotos.
Na China o budismo se vinculou ao Taoísmo e o budismo chinês transformou-se no Chan Tao. Chan Tao era a forma pela qual os monges chineses praticavam a meditação em movimento.
O caminho meditativo "Chan Tao" vinculou-se ao que se denominava Chuan, ou seja; o caminho da meditação em movimento ou o caminho da meditação pelos punhos e em círculo.
No Japão, a técnica de meditação pela transliteração para a fonética japonesa se denominou "Zen".
 
Dessa forma observou-se ao longo dos séculos a evolução do “caminho” no budismo “Zen”. 

Qualquer referência a uma doutrina considerada “alienígena”, pela maneira como se coloca no ocidente, reside numa forma de pensamento que evoluiu para a busca alquímica no próprio corpo.
A influência da cultura greco-romana no ocidente,o pensamento cartesiano racional, lógico, conclusivo e intelectualizado, é tratado como “senso comum" pelos leigos;tudo mais que acontece no mundo ocidental,vem da história, da informação literária do processo de aculturação e também da ciência que hoje incluí a Internet.
Nesse particular nos deparamos com muitas dificuldades e fatos relativos  que ao transpor a barreira dos idiomas do oriente se  torna uma abordagem muito polêmica.
Para tratar do assunto é fundamental nos afastarmos da lógica do nosso conteúdo pragmático e imprimir a ótica e a visão do oriente.
Como fazer isso?
Só poderemos ter a revelação da verdade na arte da meditação através da busca pelo caminho e pela vivência com um mestre.
Na antiguidade, no oriente, a transmissão oral era passada de um mestre experiente a um discípulo voluntarioso.

Hoje no século XXI, estamos sendo contemplados com centenas de  obras literárias inclusive de autores que viveram experiências repletas devivências e informações do oriente.
Através de suas publicações trouxeram para nós ocidentais, à luz da revelação sobre o modo de vida, os costumes, a cultura e o pensamento no Oriente.
 
Para entendermos um pouco sobre a cultura oriental é preciso que investiguemos o período pré-histórico da história  e o desenvolvimento da escrita na China.

Isso se aplica na compreensão que culminou por configurar como um passo importante para a cultura chinesa e por conseguinte toda a cultura oriental.
A contribuição do imperador Fu-Shi ao criar o livro I Ching se baseou na observação da carapaça de uma tartaruga.
O I Ching sería a obra cosmogênica que traria aos chineses a compreensão da visão de conjunção do universo, todo o "TAO" com a mente.
É por esse importante processo que podemos estabelecer dados sobre a existência de um imperador de nome "Cheng Nong" que teria vivido antes da era cristã em aproximadamente 2.500 a/C.
Esse imperador foi o primeiro que se tem notícia a manipular ervas e grãos para o uso medicinal e para a alimentação. Segundo relatos de médicos especialistas em Medicina Tradicional Chinesa (MTC),ele teria experimentado as ervas e os grãos permitindo criar uma terapêutica e uma dietoterapia através de cinco grão e cinco ervas. O uso de artemísia como erva curativa deve-se a ele pelo uso e aplicação para cura e melhoria de doenças. 
A síntese da ótica oriental daquela época se traduz como que o ser humano intuiu maneiras de seguir o fluxo da vida, pela observação da natureza, o fluxo das águas, do comportamento dos animais, da observação das plantas e etc.
O taoísta contemplava o fogo, a pedra, o metal, a terra, o vento, o raiar do dia e a chegada da noite.
O monge Zen se dedica a vivenciar a experiência da natureza também no âmbito da via e do pensamento

 A abordagem do pensamento no oriente e o conteúdo pragmático do Taoísmo

O entendimento do pensamento Taoísta, no conteúdo pragmático vivenciado pelos taoístas, davam uma característica simplista da compreensão da natureza. Esse contúdo  significava admirar os 5 elementos básicos da natureza que são a terra,a madeira,o fogo,o metal e a água.
Esses elementos foram importantes para a criação de uma escola na China,a escola "WU" dos "cinco elementos", que se cristalizou no pensamento, na "filosofia" e na "pré-ciência" do oriente.
Essa abordagem incocava o conhecimento da energia "Chi",conhecida no Japão como "Ki", de uma maneira quase enigmática, pois para eles em "Chi", ou "Ki", só se acredita pela sensibilidade e muita prática da meditação.
Com treino o discípulo deve passar a trabalhar a respiração e a concentração pela meditação em movimento.

-Certa feita, um mestre Zen, a partir do princípio do pensamento taoísta, disse a um candidato que aprender sobre o Zen era preciso que ele esvaziasse sua xícara.
“Não mexa seu chá com os dedos, mas sim com o cotovelo segurando a xícara por entre os dedos”.
Citação do mestre Rikyu, fundador da cerimônia do chá.

Os ideogramas do "Tao ou do Zen" são apenas ideogramas na literatura que trata da cultura da meditação no Oriente.
O homem que estudava tais disciplinas e as praticava com devoção,dáva pouca importância as manifestações do puro intelecto.
A concepção do pensamento no oriente que se fundiu depois a uma "filosofia" por força dos gandes mestres no oriente, o Zen e o Tao, se tornaram referências num aprendizado que estimula a intuição do discípulo e também na transmissão do conhecimento do aprendizado de um mestre.
-"A citação do mestre Rikyiu enfatiza que seus discípulos, ao tomar o chá, deveriam colocar o cotovelo em movimento circular e não, colocar a mão em movimento circular.
Para executar um movimento circular, a energia(Ki),ou Chi, a energia do espírito deve partir do "hara", ou seja, de um ponto do centro da energia vital.
A extensão desse movimento para um membro longitudinal, braço ou mão, deve obedecer o efeito de uma energia que emana do "hara".
Isto demonstra que o movimento aberto e curto deve ser uma força do “hara”, ou seja, o centro da vida para os mestres japoneses.
O "hara" para os metres Zen é o centro da energia vital "Ki", bem como o centro psicológico onde a intenção é colocada para induzir a meditação em movimento.
A meditação em conjunto com a energia vital e a respirtação, se tornam uma força unissona que pode levar o indivíduo à meditação completa.

O “hara”, o baixo ventre nada mais é do que o centro da energia "ki", onde surge o germe da vida e onde se localiza o início do fluido vital.
Localiza-se a aproximadamente três dedos  abaixo do umbigo entre a região hipogástrica e a região pubiana.
Essa região do corpo se incorpora a respiração quando se efetua a postura do zazen para iniciar o processo da meditação.
Desde o primeiro sopro vital da vida extrauterina, o ser é compelido a iniciar a respiração. 
O ato de meditar se coloca em princípio pela concentração, postura no zazen seguida da respiração suave por ajuste na concentração.
Na pratica o zazen se torna unificado com o decorrer do tempo e do treino do ajuste na concentração, na postura e na respiração do bonzo ou inciante.
A respiração ou o "Ki" ou a energia vital, significa que o discípulo deve trabalhar a respiração com a energia do "hara", ou seja, do baixo ventre, tres dedos abaixo do umbigo, na região hipogástrica.
Não se pode deixar de dar importância ao ato de respirar na meditação.
Meditação e respiração se complementam na postura no zazen.

                 A meditação e a respiração

No trabalho da meditação pela concentração, na pratica do zazen, não se pode negar que a respiração seja uma parte essencial para se atingir o estado de iluminação.
A respiração,lenta,gradual e suave por concentração é a força motriz para a meditação.
"A meditação é a chave que marca a conexão com o princípio do desenvolvimento da espiritualidade",(citação taoísta).
Nesse particular o que se faz é usar o 'Ki', do baixo ventre,  o (ki hara) para trabalhar a meditação e elevar o movimento do hara, ou tan-tien, para transformar o chumbo (hong) em ouro.
Esse trabalho é parte da alquimia realizada pelos bonzos (monges) para atingir o Satori.
Na visão ocidental a respiração não tem esse elevado grau de complexidade. Nas modalidades esportivas ou nas praticas religiosas no ocidente, a respiração tem a característica de apenas realimentar o corpo para oxigenar o sangue num ciclo de manutenção da vida.            

A simplicidade do Zen

 

Ao ler sobre o Zen,se compreende que o Zen é assim: ”vai direto ao ponto”.
O fato é que o ser e o não ser geram um e outro.
O difícil e o fácil se completam um ao outro e assim se alternam harmoniosamente até que haja uma separação intrínseca ligado a própria natureza.                                
O caminho do Zen é uma eterna peregrinação, uma evolução como algo que se começa e que ao se experimentar parece jamais atingir o término.
O propósito da interpretação do Zen, através do Koan, uma forma de diálogo entre o monge e o aprendiz, é observar o que ocorre no momento Zen de um modo não fatalista ou sureal.
Essa característica pode ser o que se chama comumente "Kensho"; abordagem sui generis do desencadear do procedimento na interpretação no momento Zen.
O Zen se apresenta como uma linha tênue cruzada entre o pensamento budista e o pensamento taoísta de Lao Tsé.
Parece que o grande ponto de encontro entre duas correntes de pensamento que se emolduraram no tempo e tudo que acontece no pensamento do Oriente, acontece no Zen e no pensamento taoísta de Lao-Tsé.
  
Ambas as formas de se pensar se tornaram independentes de vontades e desejos.
A melhor avaliação sobre o Tao ou o Zen, coloca-se como um divisor de águas entre o que é ponderável do ponto de vista do pensamento do oriente e aquilo que se pode qualificar no mundo palpável.
 
Por tradição, na cultura oriental, tanto no Taoísmo como na pratica do Zen, a tônica do pensamento se faz presente nos exercícios por concentração, seja pelo zazen, tanto quanto na prática da expressão corporal do Tai Chi Chuan.

A razão de existir e não existir

Há uma similaridade muito profunda entre o acontecimento zen e a realidade taoísta no que tange a idéia de que tudo que existe, faz parte de algo que não precisa ser entendido.
Por outro lado tudo o que não existe ,ou seja, tudo o que é do mundo invisível está no domínio do mistico, do metafísico e é concebido como um acontecimento natural.
Essa também é a visão Taoísta na simbologia que descreve Lao-Tsé.
Ser, existir e fazer sem se mostrar. Estar presente sem ser notado.Cumprir seu objetivo sem buscar honrarias.
Afirmam os estudiosos da história da China que Lao-Tsé, quando ia deixar a cidade para exilar-se devido o desgosto com o modo de vida daquela época, atendeu ao pedido do guarda do portal que solicitou que o velho arquivista deixasse algo escrito.
Lao-Tsé então em um só dia teria escrito os 81 versos da obra o "Tao Te Ching".
Na Índia, o Bhagavad-Gita,assim como outras grandes obras como a Ilíada e a Odisséia de Homero da Grécia, tem por finalidade mostrar o verdadeiro sentido da vida à humanidade.

 O Tao Te Ching transformou-se no manuscrito que virou o livro mais lido depois da Bíblia no ocidente.
 
No caso do Zen,não há material de consulta ou tratados, ou sutras ou livros que buscam elucidar a experiência Zen.
 
A ocorrência do momento Zen se faz através da observância do fato e do desenrolar do evento, do acontecimento em sí.
O Zen sem divagar,sem dogmas, vai direto ao ponto e quando não compreendemos o porquê disso ou daquilo é por que ainda não estamos prontos para o salto quântico para o momento Zen.  

A palavra

Além da palavra, aquilo que ela representa e expressa,há a natureza intelectual do homem contemporâneo que sofre por tentar se afastar dos dogmas políticos, sociais, econômicos e religiosos.
Além do aprendizado no processo de aculturação que lhe foi imposto por uma sociedade coercitiva. o homem de hoje vive mergulhado na informação e na velocidade dos acontecimentos dos fatos.
Todas as palavras, mesmo a virtualização se tornam obstáculos que interferem no curso e no fluxo da vida.
A palavra é o filtro e o que nela se sedimenta é aquilo que se tem de melhor quando se quer expressar algum pensamento.
Para Christmans Humpheys, grande divulgador do Budismo no ocidente, essa análise já é uma imensa dificuldade.
O mal é um bem ou um bem é um mal?  

O Zen considera que as palavras são um mal necessário e que ás vezes é completamente inútil para explicar o óbvio.
“Não se pode aprisionar a água por entre os dedos das mãos”.
 
O máximo que se pode observar temporariamente é ver a palma molhada, úmida.Um sinal de que a água esteve ali e foi-se; escapou por entre os dedos.

A água
Elemento substancialemtne imprescindível para a vida.Na água redide grande parte do fluxo da vida. No nosso corpo somos quase 90% de água e durante a gestação materna estamos mergulhados nessa a´gua denominda (Líquido amniótico).
Para os admiradores do Zen, a água é o melhor exemplo para alguns acontecimentos no Zen.Não há como reter a água;o fluxo da água deve permanecer livre; conclui D.T. Susuki em seus estudos.
Há uma grande dificuldade que se torna notável, de dizermos com palavras aquilo que não se traduz por meio dela.
A maior dificuldade para nós ocidentais é o fato de que o Zen não está em nenhuma das categorias intelectuais que nós estamos acostumados a considerar.

 “No caminho do Zen, os mestres Zen, são eternos peregrinos”.

Provérbio Zen

Desde a preconcepção do ser, o homem no contexto universal, é um ser espiritual em movimento constante
"O nascimento é sem dúvida um acontecimento espiritual".
mesmo considerando-se estático, ele se move para cá e para lá, pulsa, vive, transpira, sente ódio, amor, paixão e dá continuidade a sua trajetória, já que ao nascer, inicia-se a sua luta pela sobrevivência, a constante luta para a manutenção da vida face a morte.

A lei do Tao
"O homem segue a lei da terra”.
"A terra segue a lei do céu”.
"O Tao segue a sua própria lei”.
 (Tao Te Ching) Lao-Tsé.
Obra que contém 81 versos e manuscrita a/c pelo arquivista Lao-tsé, na China antiga.

“Só encontrará a vida aquele que a perdeu”.
 
“Provérbio zen”- autor desconhecido.

-"Quando o homem já perdeu tudo na vida; até a própria identidade, a própria dignidade, então é o momento pelo qual ele ainda dotado de vontade, adquire força para sobreviver e continuar seu caminho de aprendizado até o último sopro.
-Quando ele se move pela necessidade e pela premência, se move no sentido do “bem”; ele também pode se mover no sentido do “não bem”. Se na verdade o pensamento não se materializa agora, logo a seguir poderá acontecer".

O Budismo Zen no Japão

É categoricamente uma versão diferenciada do Budismo da Índia e da evolução do Budismo da China.
Nos países do extremo oriente, através do Budismo, a prática de diferente de outras culturas e as artes que se cultivaram, tem como objetivo a preocupação de não somente obter resultados positivos.
Não há  nem o interesse na tentativa da perfeição para alcançar o prazer estético, mas tão somente, exercitar a consciência pelo próprio desenvolvimento da intuição com a finalidade psicologica de atingir a “realidade última”, ou seja:"o satori”.
 
O satori é um estado de iluminação suprema, para além da concepção do intelecto.
"No Japão, no Zen , o objetivo é atingir o satori.São três as finalidades do zazen:
Primeiro: o desenvolvimento da capacidade de concentração (o joriki).
Segundo: o despertar satori( o kensho godo).
Terceiro: a atualização do Caminho Supremo em nossas vidas diárias (mujodo no taigen).
Exemplo: Quem exercitou o Jopriki,não é mais escravo de suas paixões , tampouco está vulnerável ao ambiente.Estará sempre no domínio, tanto de si próprio assim como das circustâncias de sua vida.É capaz de caminhar com perfeita liberdade e serenidade.
A segunda finalidade é kensho godo, quer dizer; ver por dentro de sua verdadeira natureza, ao mesmo tempo ver por dentro de sua verdadeira natureza última do universo e todas as dez mil coisas nele.
É a clara compreensão de que fui gerado, completo e perfeito desde o nascimento até a sua passagem para uma outra forma de energia.

Nesse aspecto em formas psicofísicas de praticar ZaZen, os monges influenciaram os hábitos e costumes dos povos no plano pragmático de treinamento tanto na ìndia, na China e no Japão.
È óbvio que o pensamento ocidental,tradições religiosas,modo de vida, cultura e costumes não podem ser comparados aos do contimente Asiático.
Na Índia a semente do Budismo não prosperou devido a cultura de seu povo místico e arraigado a uma cultura de um povo dividido em "Castas" e preconceitos dos mais variados possíveis.
Na China, desde a influência de "Mencio",a semente do Budismo encontrou solo fértil, devido a influência do Taoísmo que estava em pleno desenvolvimento no meio social.
Nessa época o Taoísmo despertava do místico e do sobrenatural para a realidade dos costumes de um povo que se unificava depois de tanta guerra e dominação.
A aliança do Taoísmo com o Budismo foram se afastando das Dinatias pela influência, desprendimento e simplicidade  de Bodhidarma.
No Japão, a semente do Budismo germinou entre os senhores governantes feudais e as classes hegemônicas do Xogunado.
O zen serviu aos interesses dos Samurais no plano de conforto esiritual para abrandar a violência daqueles tempos difíceis.
O objetivo do Zen é revelar que na prática de qualquer arte, o domínio da técnica é insuficiente, uma vez que é preciso transcendê-la para que se converta numa arte sem arte, na arte de lutar sem luta, na inação que emana do consciente e do inconsciente, do interior e do reflexo mais profundo que é o estado de iluminação.

A iluminação ( o satori)

 Embora não haja uma tradução exata do que seja o satori, para alguns, pode ser traduzido como aquele acontecimento que essencialmente se aproxima da iluminação, um estado de despreendimento incontestável de pureza da alma.
Acontece como uma passagem para um plano transcendental.
Essa concepção de uma visão simplista não se encaixa nos clichês que costumamos criar para explicar algo de puro conteúdo intelectual.

O Prajna

 A intuição prâjnica se trata de uma intuição especial, que capta e trata simultaneamente a individualidade e a totalidade de todas as coisas visíveis e não visíveis.
 
Nessa concepção reconhece-se uma espécie de não mente; um lugar em que o zero absoluto é o infinito e que o infinito absoluto é o zero, ou o vazio total.

Há relatos de que ao meditar profundamente, há uma total parada nas ondas cerebrais, como pode ser onstatado pelo exame de eletroencefalografia.

 “Enquanto o que parece realidade se deteriora, o pensamento por concentração volta-se para o interior na procura constante de um caminho”.
“A luz só será alcançada pela busca incessante entre as trevas”.         
Assim na concepção Taoísta o yin que representa o lado escuro se contrapõe ao lado claro, o yang no símbolo do Tao.
O simbolo do Tao se forma com a inclusão de uma parte menor junto com uma parte maior e um conteúdo maior se junta ao menor. 

A origem budista do Zen

  A história do Zen é uma evolução magnífica.
 
È infinitamente incomum no caminho da evolução do Zen e quase improvável, da realidade se transformar em algo estático na medida em que envolve vários acasos.

A possível realidade aconteceu muitas vezes; um acontecimento espiritual ou simplesmente casual poderia ter desencadeado um ocorrido e então algo chegar a se revelar momentâneamente como Zen.

O Zen nasceu na Índia através da iluminação de Buda, mas não com esse nome ou essa forma como hoje é visto através dos tempos, nem com essa característica. Mas foi Sakiamuni, o “iluminado” que era um príncipe guerreiro chamado Sidarta Gautama que pertencia a “Casta” dos Khastryas, “guerreiros”, que iniciou a grande trajetória até os dias de hoje.
Buda ao abandonar sua vida nababesca, deparou-se com o sofrimento humano e seguiu seu caminho pela meditação junto a alguns mestres.

Na Índia Sidharta Gautama, após vários dias de meditação tornou-se o “iluminado”.
Suas peregrinações pelo seu país o transformaram num líder.
Nem mesmo ele, o Sakiamuni, sem saber o porquê, percebeu que havia uma multidão de seguidores.

Ao indagarem a Buda se realmente ele fora iluminado, a resposta era que ele Sidarta Gautama, o Buda, tinha a mãe terra por testemunha.
Sidharta Gautema teria afirmado que ninguém seria capaz de dominar a si mesmo se não houvesse o conhecimento e a ilumindação.
"-Maior do que aquele que tenha vencido mil homens em batalha, é aquele que tenha vencido a si próprio.
A verdeira luta esta dntro de nós mesmos.A verdadeira concepção do guerreiro não significa entrar em guerra com os outros.
"-A agressividade originada de nossa ignorância é a orígem de todos os nossos problemas e não a solução.

O silêncio revelador

-A humanidade precisa de líderes? Que digam para onde ir ou o que fazer?
-Parece que sim!
Foi o que aconteceu com Buda.
Em uma de suas peregrinações, Buda, sem nada dizer olhou fixamente para uma flor, mas ao girar a flor entre seus dedos e ao exibi-la, Mahaskapyasa foi um único discípulo a sorrir e entender a verdadeira natureza do gesto Búdico.
Esse personagem do Budismo não era considerado seu mais fiel seguidor; mesmo assim, parece que ao sorrir para o gesto do “iluminado”, naquele momento, Buda sabia que seu gesto simplório havia sido entendido pelo discípulo Mahaskapyasa.    
Em toda sua história, no budismo, pela primeira vez, a intuição e a inteligência tomaram forma. 

Bodhidharma
O rugido do leão

O monge Bodhidharma, discípulo de Pranjanatara, 28º patriarca do budismo, príncipe nascido no sul da Índia, na região de Tâmil Nadu, pertencente a “casta” dos Kastriyas guerreiros, abandonou a guerra, a luta, para seguir o caminho do budismo.
Pranjanatara deixou seus conhecimentos para Bodhidharma e ele como 28º patriarca do budismo foi o precursor que transportou a semente do budismo, Dhyanna, Channa, Chan, “Zen” da Índia para a China, onde ela floresceu como uma árvore frondosa.

Bodhidharma, conhecido pelo nome de Ta-Mo em chinês e por Daruma Taishi ou Bodai no Japão. Ele abraçou o Budismo como seu caminho e modo de vida simples.
Daruma em japonês, nasceu no ano de 460 d./c e era o terceiro filho do rei Bhrama das terras ocidentais da Índia.
O monge teria vindo à China por volta do ano de 526 d/c.
 
Era um homem de aparencia rústica, mal encarado aparentemente, com um aspecto sombrio e de pouca fala.
Quando entonava sons, sua voz parecia com o rugido de um leão
Ao chegar as terras chinesas ele foi reverenciado por vários reis e imperadores que lhe ostentaram templos maravilhosos, ornados ricamente e construidos para jubilo de Buda.
O mestre nada disse. Assim como simplesmente quando chegou, não se admirou com tamanha opulência. Perguntado sobre se esses feitos trariam aos seus construtores o reino celestial, o mestre disse aos interlocutores que de nada adiantava ter contruido palácios suntuosos em nome de Buda, porque só se alcançava a imortalidade pelo treinamento contínuo da meditação Chan.
A partir daí Bodhidarma se internou no Templo de Shaolin junto a uma caverna no qual passou nove anos meditando por boa parte do tempo.
Alguns dos histriadores fazem referência que os monges de Shaolin teriam aprendido a meditação Chan e o Chan Tao Chuan, uma forma de exercícios que ao longo do tempo transformou-se em arte marcial.
Baseada em exercícios da arte Indu dos monges budistas,o Vladjamusthi deu origem a arte da Guerra, o Wushu, na China e que provavelmente foi ensinada pelo mestre Bodhidarma.
Falecido por volta do ano 530 d/c, segundo relatos da tradição budista é o fundador da escola Dhyanna que foi dotada na China como T’channa,Channa e depois Chan e que no
Japão se denominou Zen.

O budismo migrou para o Japão pelo 13ºano do reinado do imperador “Kimmei”  em 552 d/C e nesta mesma época uma estátua de Buda foi oferecida pelo rei da Coréia ao imperador.
No ano de 724 e 749 d/c, o budismo tornou-se uma religião nacional minimizando o Xintoísmo, uma religião baseada em conceitos da natureza,nos primórdios da história e da formação do povo japonês.

O surgimento da arte marcial na Índia e a vinculação com divino.

O Vajramusthi teria sua origem antes da época do budismo, embora fosse adotada pelos monges budistas para autodefesa era usada em princípio como forma de exercício. Essa técnica foi desenvolvida depois da dominação da civilização Ariana.
Quando houve a invasão ainda era habitada por um povo de nome Dravidas.

Os historiadores da época narraram que a civilização Drávida era mais antiga do que a civilização Ariana e a invasão se deu por volta de 5.000 a/c.
Os povos Arianos ao vencerem o povo Drávida impuseram sua religião e costumes além de sua "filosofia" de vida, o sistema de “Castas”, que separava as pessoas pela origem de família e de nascimento.
Essa informação está baseada no manuscrito do Vedas, livro de filosofia e religião dos vencedores.
Entretanto com o passar do tempo as práticas anteriores, como o Yoga e o Sankhya, retomaram seu lugar nas práticas da cultura anterior.
A cultura Dravidiana embora tenha sofrido a discriminação elevada pelos sistemas de Castas, mesmo desprezados pelos Brâmanes que era a casta superior e que seguia o sistema implantado pelos Arianos, mantiveram suas próprias tradições filosóficas, políticas e religiosas.

A cultura dravidiana do Bhagava Gita se impunha a cultura Védica.
As culturas autênticas dravidianas são o Yoga, o Sankhya, o Janaísmo e posteriormente o Budismo.
O budismo surgiu aproximadamente 500 anos a/C e têm suas raízes na cultura dravidiana,posteror a Védica
 
Existem diferentes escolas filosóficas, o Janaísmo é uma das mais antigas.
Em seguida vem o Sankhya, sendo citado pelo cânone budista em pali.
Até hoje existem lendas associadas ao budismo mencionando Kapila como referência que indica como o mais provável criador e fundador do Sankhya e predecessor de Buda.

O mais interessante é que a cidade natal de Buda (Kapilavastu) recebeu esse nome em homenagem a Kapila.
O “indício mais importante cita o Shastra ou livros sagrados que classifica essa” “filosofia” em quatro classes:
O termo shurti (aquilo que é escutado); são ensinamentos obtidos através da iluminação e da revelação direta (oralmente).
O Smriti (o que é lembrado) – ensinamento de sábios anciões que se pauta pela tradição oral e depois foi compilado.
O Purana (sabedoria antiga)- A reunião de textos teológicos ,místicos e cosmo gênicos.

“O Tantra são rituais, doutrinas e sistemas secretos, ou seja, textos transmitidos provavelmente por Shiva (a divindade) usava como escritura fundamental da quarta idade do mundo chamado Kali-yuga”. 
 
O povo Drávida viveu na Índia em torno dos anos de 3.500 e 1.500 a/c.
 
(Na Índia havia uma arte marcial antiga conhecida como Kalaripayattu que significa "O caminho da arena").
Khalorika, em sânscrito, significa “o lugar onde os Kastriyas praticavam as técnicas marciais”.
Há relatos de que a palavra Kalaripayattu é oriunda deste lugar no sul da índia.
Kalari significa “Escola” e Payatu significa “Arte marcial”.
Acredita-se que essa arte marcial antiga  tenha surgido na região de Karala.
Há relatos de historiadores antigos que guerreiros Rishis passaram seus ensinamentos para os principais sacerdotes Brâmanes ou Bramis.
Esses sacerdotes ensinaram e formaram peritos em combates corpo a corpo e guerreiros conhecidos como yodhas. Foram treinados para se estabelecer em Karala e criar a escola de “Arte marcial” para defenderem a terra no sul da Índia e manter a paz.
O príncipe e depois monge Bodhidharma talvez tenha usado o Kalaripayattu e o Vajramusthi (do sânscrito Varja = bastão; Musthi = soco , pancada,batida) para criar as bases do Shao Lin-Kempô, introduzindo-o no mosteiro Shaolin.

Graças ao monge Bodhidharma e a sua perícia no Kalaripayattu e Vajramusthi, essas técnicas de combate, provavelmente tenham sido introduzidas no mosteiro Shaolin.
Essa modalidade foi estimulada com o objetivo de defender os monges de ataques, visto que, por vezes eram mandados em missões às cidades da região.
Naquela época havia muitos bandoleiros e salteadores de estradas habilidosos em lutas com armas curtas e longas, como espadas e lanças.     
Apesar de serem difícil de encontrar relatos históricos e haver muita especulação por parte dos interessados, a arte do Vajramusthi até hoje é mais conhecido no sul da Índia com o nome de Kalaripayattu ou Kalaripayattu.
È considerada uma das artes marciais mais antigas no mundo e o seu propósito está em criar uma harmonia interior do homem com o exterior e com a sociedade, além de proporcionar ao praticante mais saúde e vigor físico.
Portanto Kalaripayattu é uma “Arte marcial” muito antiga que deu origem ao Vajramusthi, “Arte marcial” praticada depois pelos monges budistas.
O príncipe Sidarta Gautama foi praticante assíduo dessa arte ligada aos “príncipes guerreiros”.
Portanto o Kalaripayattu é uma “Arte Marcial” antiga do “Marma”, ou seja: o estudo dos 108 pontos vitais do corpo humano que podem ceifar a vida se usados para essa finalidade.
Na literatura Védica chama-se “sthula sharira”, isto é o corpo humano por completo.
O Kalaripayattu, Chilambam, Kabadi e Vajramusthi são “Artes marciais” seculares praticadas na região de keralae Tâmil Nadun, localizado no sul da Índia.

Essas práticas de combate corpo a corpo são muito divulgadas como artes de condicionamento espiritual, mental, físico e emocional e não está na vida do homem comum daquela época.
Não é simplesmente uma luta comum como outras.
Um detalhe do Kalaripayattu é que ela pode ser praticada com armas: bastões longos ou curtos, lanças e espadas, tal como o "Kung Fu” ou Wu Shu chinês, o Kenjitsu japonês, o Tan Sui Do coreano além de outras “Artes marciais”.
“Podemos observar nesse contexto entre o avanço da chamada civilização, a influência das religiões no Estado (político) e a anexação das "artes marciais", tanto quanto na composição das sociedades "organizadas” que se fazem presentes até os dias atuais. Vemos então, que muita pouca coisa mudou.

No ocidente e no oriente ou em qualquer lugar do planeta a arrogância e a sede de poder sempre se fizeram presente na cooperação, competição e no conflito das sociedades organizadas.
Esse ciclo parece interminável e os seres vivos pagam um preço muito alto pela banalização com que é tratado o ser humano.  Grupos sociais são usados como instrumentos do Estado para a perpetuação do poder. 

A violência

 A grande maioria dos praticantes de “Artes marciais” e leigos no assunto acha que toda e qualquer “Arte marcial” só se dedica a prática da violência.

 Pois bem:-"a violência inicialmente é uma característica manifestada pela imposição de uma sociedade opressora, e em alguns casos pelo "Estado", através de órgãos políticos de repressão e de controle social.
Há instituições políticas implantadas no "Estado" que permitem a repressão arbitrária de manifestações do povo, hábitos e costumes pertinentes a grupos sociais geralmente em escalas mais humildes que formam a base da pirâmide social.
No que tange a violência, a própria imposição pelo trabalho escravo ou mal remunerado sem programas de apoio à educação, à saúde, e o desenvolvimento, rasga o tecido social criando rupturas.    
Consequentemente nascem às revoltas populares.
A história da humanidade nos revela isso: a trágica trajetória do homem nesse contexto alucinado pelo poder é uma constante que leva centenas de milhares de pessoas às revoltas que eclodem e lamentavelmente as “Artes marciais”, nesse particular, passaram a servir a propósitos espúrios dos poderosos. 

A religião e as “Artes marciais”

Na China esse termo que engloba a religião e as Artes Marciais era conhecido como Wu Shu, a arte de todas as Artes Marciais.
Na China, nos templos budistas, se praticava além da meditação Chan, a arte do Chan tao Chuan, do Wu Shu, a arte da guerra e outras modalidades de preparação física e espiritual.
Nesses templos eninsavam a caligrafia, a pintura, a escultura bem como todas as modalidades de cura através da Merdicina Tradicional, a acupuntura e o uso de ervas para a cura pela farmácia natural. 

No Japão, Wushu, denominou-se Budô e daí surgiu a expressão do Bushidô, ou seja, o caminho sagrado do guerreiro.
Assim como Buda, Bodhidharma pertencia a  casta dos príncipes guerreiros e a semente deixada por ele se desenvolveria através do Budismo Zen.
Durante a sua peregrinação o monge colidiu com uma realidade distorcida da originalidade do Budismo.
A semente do budismo germinou na China, mas alcançou seu maior destaque no Japão feudal,durante a época da instalação de um estado militar pelos "Samurais”. 

Os frutos dessa árvore frondosa da China só prosperaram no Japão, onde o Zen cresceu e evoluiu.
A caracteristica do Zen no Japão serviu como forma religiosa a criar um conceito de moralidade entre os samurais. 

 “Todos somos guerreiros”.

 -"Povos surgiram e civilizações inteiras desapareceram, mas o homem e a sociedade continuam “selvagens”.
“Continuamos guerreiros e selvagens; porém o uso da tecnologia, nos levou apenas a aperfeiçoarmos a maneira de eliminar nosso semelhante”. 

O que significa uma Arte Marcial?

Uma verdadeira “Arte marcial” têm uma característica diferente de outras modalidades que cultuam o corpo.
Por exemplo: exercício, dança e outras modalidades, com instrumento ou não.

Os gregos criaram os jogos olímpicos e durante os jogos havia competições de luta corporal, entretanto, o combate era apenas uma competição de caráter esportivo entre o melhor atleta ou lutador.
Diferentemente chamamos de “Arte Marcial” por que a arte da guerra faz referência a um “deus romano”, o deus da guerra.

Uma verdadeira “Arte marcial” têm a peculiaridade sistemática de treinar os povos para a guerra e numa guerra, mata-se ou morre.
Não há regras; os combates corpo a corpo se tornam violentos, por isso o verdadeiro artista marcial sabe da importância de praticar a “Arte marcial” como uma forma de abrandar o ego e aperfeiçoar o espírito. 

A palavra e o pensamento

“Em si e para si a palavra é menos que o pensamento, e menos que a vivência, é menos que a experiência única”.
Quando a intenção é desinteressada, pura e dinâmica como o movimento do universo, tudo é concretizado momentaneamente.
“Entretanto, às vezes, a boca se abre proferindo palavras desagradáveis que se transformam no inferno da “alma”“.

“Precisaríamos viver muitas vidas para compreender e ver e ser a “verdade” do Zen”.

A ótica ocidental

Na história da filosofia grega também se faz referência entre o pensamento e a vida como uma unidade.
A vida está estimulando o pensamento e este por si, o pensamento: “afirmando" a vida.
Essa era no entender de Sócrates quando se estabeleceu a distinção entre dois mundos, pela oposição entre o essencial e o aparente, verdadeiro ou falso, o inteligível e o sensível e o intangível.

 Para Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, Sócrates naquele tempo criando a metafísica, fazendo da vida algo que deve ser julgado, medido, limitado, em nome de valores superiores como o Divino, o verdadeiro, o superior, o belo e o bem.

O grande TAO gerou o grande princípio...
O grande princípio gerou um...
O um gerou dois...
Os dois geraram três...
Os três geraram as dez mil coisas... "Tao Te Ching”.
Lao - Tsé

O Yin e o Yang

“As dez mil coisas geraram uma infinidade de coisas e as dez mil coisas se tornam harmonizadas quando em comunhão com as forças do positivo e do negativo (yin e yang)”.

"Alcançar a auto realização no planeta terra é se considerar como viver duplamente a existência.
Uma tarefa é realizar as coisas do mundo, o externo; o outro, o interno, é encontrar a paz no caminho".   

O treinamento do discípulo no caminho do Zen ou do T'Chan calará o “ego“ e então levará ao praticante a descoberta do equilíbrio, desenvolvendo a percepção, a atitude estável com todas as partes e o ajuste com às leis naturais.

“Quando todos conhecem a beleza como o belo, aí existe a fealdade”.
“Quando todos conhecem o bem como bondade, aí existe o mal”.
““Ser e não ser manifestam-se mutuamente”.”
“O longo e o breve oferecem-se num contraste mútuo”.
“O alto e o baixo situam-se mutuamente”.
“O antes e o depois se apresentam em sequência mútua” (Lao-Tsé)

“Um homem severo que se ocupa de coisas sérias, não deveria escrever”.
(Platão) citação da 7ª carta à seus discípulos.

Nesse particular, podemos identificar uma forma de expressar uma pergunta a qual a resposta está calcada na vivência daquele momento.
O que se revela é o pensamento da filosofia clássica grega e a interação com a prática na meditação Zen nos dias de hoje.
Platão teria dito outrora, que o mais puro sentimento jamais se expressaria pelo uso da palavra.
O mais puro e imaculado pensamento também.
O simples do conhecimento da cultura Taoísta baseada na teoria yin/yang é a mais completa dentro das respostas científicas; já admitia Von Brown nas suas pesquisas e estudos pela amplitude da física.
"-Palavras proferidas pelo mestre Liu" 
“Carl Gustav Jung”, a grande referência da psicologia contemporânea do século XX, assume a partir de Ernest Benz, a posição de ocidentalização do Zen.
Entretanto o Zen não é um conceito, uma filosofia ou um pensamento ocidental ou oriental. Ele simplesmente é Zen! Explica-se por si mesmo e não se explica por nada.

A vivência ocidental no Zen

 Eugen Herrigel,nos seus esforços pra compreender o Zen,na sua visão ocidental, recomenda que se comece de onde o monge Zen chega ao fim de sua prática para a iluminação.
Mas o fim do caminho é sempre um novo começo no Zen.
No caminho do Zen, é impossível provar por quanto tempo se busca afigurar a divindade com o “Eu” interior.

A prova é que por toda a existência do Zen, desde os tempos mais remotos,desde a Índia, na China e no Japão, ficou evidenciada enfaticamente o vigor do Zen até os dias de hoje.

 Bodhidharma, o 28º patriarca do budismo ao iniciar sua peregrinação pela China, teria mostrado o “caminho"; a meditação Chan.

Sendo assim, Bodhidharma, herdeiro do budismo de seu mestre Pranjanatara, 27° patriarca de Sakiamuni, o “Buda”, mostrou através da meditação que os monges do monastério Shaolin, poderiam alcançar a iluminação.

Há relatos de que durante três anos peregrinou até chegar ao  monastério Shaolin e durante nove anos meditou diante de uma caverna. sua busca pudesse atingir a iluminação, ou seja, o  “satori” como é chamado no Japão.

E o que é a iluminação? O que representa o “satori” para um monge?
Nada mais e nada menos do que um “lampejo” no caminho espiritual no encontro de si mesmo com seu “Eu” interior e que o leva a sua própria “divindade suprema”.
Chegar a atingir esse estado de iluminação, o satori, significa que a aproximação do homem com o divino, está diminuindo o vácuo em que se encontra a divindade e o aprendiz.

Ao afirmar isso, podemos concluir que a busca pelo caminho que nos leva ao “Onipotente-onipresente” reafirma que tudo que existe sobre o universo, leva a “mão de  um  criador"; que também pode ser o renovador, tal como a vida que segue seu curso natural; como as  águas de um rio que flui para o mar e a todo instante se renova e na  sua passagem, torna-se parte de uma transformação constante tal como  acontece com a vida e o fluxo no caminho.

O rio e a montanha

O rio embora localizado abaixo da montanha, não se sente inferiorizado por saber que suas águas surgem das nascentes da montanha.
 
Assim sendo, o rio e a montanha se tornam uma unidade cíclica da natureza.

Os antigos mestres hindus designaram como “Sansara”, a roda da vida com seu “Karma”, ou seja, uma expressão do Dharma, a lei do caminho espiritual no hinduísmo nos diz que cada um de nós traz na sua existência, por mais longa que possa ser,  que se manifesta.    
Afirma-se então que a herança não é somente genética, mas há uma herança espiritual.
Sim existe uma herança energética, vibratória, num vai e vem constante que os Taoístas denominam wu-wei, ir e voltar, voltar e ir.

No Zen, o próprio corpo é um instrumento, é um invólucro para a busca itinerante de sua verdadeira existência dentro de um contexto, o aqui e o agora, o interno, o magnânimo.
O bizarro é o que nos leva à surpresas de como não nos conhecemos verdadeiramente.
Por isso é necessário o retorno, o cíclico, ao que com breves reflexos e lampejos possamos alcançar no “satori”, ou seja, a iluminação.

Tomemos por exemplo a imagem de um mico pendurado em um galho que se debruça  por sobre a superfície de um lago sereno.
Nessa superfície se reflete a imagem da lua na água.
O animal vê a imagem e curiosamente tenta tocá-la com uma de suas mãos.

Ao colocar a mão sobre o espelho dágua, a imagem se desfez formando uma nova imagem de pequenos círculos concêntricos que se ampliam temporariamente até se desfazerem por completo voltando a refletir lentamente a imagem original do reflexo da lua na água.

A manifestação espontânea

 O zen pode se manifestar de diversas formas e de diversas maneiras. Não é algo que se controla deliberadamente.

O simples abrir e fechar das pálpebras pode caracterizar numa dimensão instantânea, entre o antes e o depois, que demonstra que a vida seguiu em frente e ininterruptamente e ainda assim, achamos que nada aconteceu ou mudou; quando na mais pura essência da“ verdade”, saibamos que a vida continuou, não parou.

Inexoravelmente o tempo não para! É preciso andar e evoluir, sentar e refletir, refletir e meditar, descansar o corpo,e o instrumento de nossa criação torna-se o melhor caminho.
O tempo urge”!

A conexão com o Zen

Quando imaginamos estar conectado a meditação Zen e passamos logo a seguir tentar racionalizar isso, acontece o retorno.
O zen não se caracteriza só pela meditação, mas não está dissociado ao ato de meditar.
O simples fato de se concentrar em algo não indica que estamos num estado meditativo.  
A mente passa a funcionar como um divisor de águas que por vezes se transforma num turbilhão de pensamentos e divaga a ponderar racionalmente a busca pela perfeição.
Ocasionalmente todos os seres são agraciados com a “sorte”, ou “azar”; acontecimentos inerentes a própria vida a considerar que isso ou aquilo foi positivo ou negativo.
Eu diria que quando temos pensamentos livres e sentimentos sem preconceitos ou rancores, nosso coração fica imaculado, livre e numa corrente de fluxo natural onde as coisas vão acontecendo naturalmente.
Essa é uma opinião pessoal!
Logo a seguir a um acontecimento,num piscar de olhos,tudo pode se modificar radicalmente e passarmos a ser o inverso daquilo que afirmamos acima;  nos tornamos mesquinhos e  tentamos controlar a hora, as coisas, as pessoas, interferindo  no processo da natureza, não deixando acontecer livremente mas, tentando fazer acontecer.
Aí se revela a nossa dualidade.

Há uma antiga lenda que conta que dois cavalos disputavam uma corrida do ocidente ao oriente rumo ao sol.
Durante o dia correram até a chegada da noite.
Fez-se uma trégua a disputa para descansar ao escurecer.
Ao surgirem novamente os primeiros  raios de sol, retomaram a disputa. E assim durante vários dias continuaram sua jornada rumo ao sol.
Ao final de todo dia o sol desaparecia e novamente mais uma trégua.
Ao finalizar a jornada perceberam que haviam chegado ao mesmo ponto de partida, na terra do sol nascente.

Muitas são as buscas pela felicidade, pelo sucesso, pelo encontro conosco mesmo e com os outros. Nessas investidas, além da experiência válida que vivemos, as vezes nos encontramos no mesmo ponto de partida.

“Às vezes deixamos de alcançar o que está perto para tentar chegar ao que está distante, e então percebemos que a realização momentânea estava bem ali, bem perto, e não a notamos”.

Durante alguns momentos praticando o Zazen, por intuição ou instinto, ao aprofundarmos cada vez mais a meditação é possível ter a visão “búdica”, ou seja, nos transportamos para a virtual figura que nos é incorporada racionalmente de ver uma pessoa sentada tradicionalmente como “Buda”.

Na prática do Zazen, cada um tem a sua vivência, desde que haja um mestre que possa nos conduzir a esse caminho.
O nosso corpo no caminho do Zen é o nosso invólucro, sem rótulos, sem estereótipos.

Na aparente solidão do desabrochar de uma flor há a conduta da natureza divina como um mestre.

 Nossa mente e não mente, nosso corpo são instrumentos afigurados na postura do Zazen mais a energia (Ki), que se  aceita como um momento único.
“Em (ki), a energia vital, apenas se acredita porque simplesmente ao meditar profundamente, sente-se em torno do corpo a vibração”.
Assim como a filosofia do Chan influenciou a vida na China, na cultura, na arte e costumes do povo chinês, no Zen também se desenvolveram hábitos e costumes como a preparação da cerimônia do chá, da pintura em Nanquim, a música com instrumentos como o Koto e dos acordes da flauta comparado aos sons singelos do universo.
O toque e a prática do Shakunachi, a flauta de bambu associada pela tradição milenar oriental é usada em mosteiros Zen budistas.

“O espaço entre o céu e a terra é semelhante a uma flauta; vazia por dentro e, mesmo assim, inesgotável quando soprada pelo “fluido vital”. Produz muitos dos sons que nos aproxima mais da natureza pela sua delicadeza no acorde e a sua suavidade”.
Provérbio antigo da China.
Autor desconhecido.

Na condição do treinamento pela meditação, o discípulo e o mestre tornam a convivência uma espécie de viagem contínua.
Existem duas práticas físicas muito usadas no treinamento dos discípulos do Zen além da meditação.
O I AI DO e o KIUDO.
O primeiro trata-se do ato de desembainhar a espada em meditação na posição de Seiza, ou zazen,ou seja de joelhos.
Logo após, ato imediato, trata-se de embainhar a espada sem olhar para seu orifício de entrada.
É preciso muito treino para que não ocorra acidentes pois a lâmina é extremamente afiada.

O tiro com arco é um exemplo de renuncia por que o objetivo exato não é acertar o alvo e sim abrandar o ego do discípulo.
Abrandar o ego significa que a renuncia é uma atitude que afasta qualquer característica de se impor por meio físico e ou intelectual se sobrepor as dificuldades
Quando o aprendiz se transpõe ao egoísmo começa a dar um pequeno passo em direção a se tornar livre e estar acessível e aberto aos  demais no contexto social.
O coração se tornará livre e desimpedido para exercer o fato de estar no princípio para o “o caminho iluminado”.
A arte do kiudô não é somente uma técnica mecânica.
Ela faz parte de um movimento para passo a passo vencer obstáculos, limites quando não nos encontramos “centrados”, isto é, sabendo usar o “fluido vital” em comunhão com o universo.

Centrado não significa estar numa condição rígida de disciplina unilateral e arbitrária.
No Zen a disciplina do aprendiz e do mestre se contrapõe a autoridade e controle rígido de qualquer lei ou ordem imposta.
A sensibilidade de sermos amáveis e autênticos se coaduna com as leis de harmonia.

Ao transpor o ego promovemos o estado do não eu;o estado de não personalidade.
A bondade e a benevolência é fundamental à nós e para os outros.
O mestre ao ser consultado , no "Koan", assume um papel como um guia no caminho luminoso.

O ar que respiramos existe, temos consciência disso, por que  estamos vivos mas não o vemos quando estamos “parados”. Podemos senti-lo e percebê-lo através da visão no seu deslocamento como o vento, o deslocamento de ar.
Na natureza nada do que acontece é isolado, tudo que existe tende a se encontrar em harmonia e ao mesmo tempo, ela a natureza nos revela a desarmonia para que possamos interagir com ela.

No caminho da pratica do Zen

No caminho do Zen há práticas que visam fortalecer a saúde, junto a meditação e com a prática diária as pessoas podem viver mais.
Consequentemente, as pessoas adquirem mais autoestima e melhor desempenho em suas atividades físicas e mentais.

Certa feita, perguntaram a um homem se ele era idoso, quase senil.
O homem virou-se para o seu interlocutor e respondeu que para a árvore secular ele ainda era uma criança.
Para a montanha milenar, não havia completado nem um ano de vida.
Sentia-se maravilhosamente vivo e saudável por que não se preocupava com isso.  

 “Aquele que fica nas pontas dos pés de um modo geral se desequilibra”...
“Aquele que dá passos largos cansa fácilmente e acaba por andar lento”.
“Aquele que quer se mostrar fica na escuridão.”
“Aquele que se exibe e se vangloria, nada mais faz por merecer atenção temporária”.
“Não traz boa venturança e não devem ser exemplo para o homem que trilha o caminho”.
(Jurogin- um dos deuses da sorte que está associado a longevidade).

 “Ser eternamente jovem é um estado de espírito”.

Bodhidharma foi um monge Hindu que introduziu essa prática "ascética” no monastério Shaolin, nas montanhas Son Chan na província de Honan e através do Dhyanna, “do caminho”, Channa, Chan em chinês e  no zen-budismo no Japão, muitas das práticas  ajudaram os monges na edificação de um corpo saudável e longevo.    

Também desenvolveram-se  as artes “marciais”, as artes da guerra “Wushu”, a arte dos punhos  por necessidades de auto defesa, pelas invasões dos exércitos contra o monastério de Shaolin.

No Zen os discípulos também foram estimulados à prática dos “koans”, perguntas que a princípio parecem desconexas, mas nos diálogos entre o mestre e o aprendiz, a experiência de cada um representa um marco em suas vivências.

“Há uma prática que os monges zen costumam treinar com o Kiudô, uma forma que envolve o arqueiro, o arco, a flecha e o alvo.

Quando treinam, o alvo é o que menos importa, pois o resultado do treinamento é revelar ao praticante que o arqueiro, o arco, a flecha e o alvo são um só, ou seja; uma unidade.
No caminho do Zen temos uma abordagem simplista, de termos uma ótica simples das coisas naturais, como as oupas que vestimos ou as vontades que se manifestam com pureza e originalidade.
Certa feita um aprendiz ao treinar o tiro com arco e flecha colocou  duas  flechas as em sua mão de preparação.

O mestre então comentou: “o principiante na arte do Kiudô (arco e flexa), devem usar somente uma flecha, pois ao tentar usar duas flexas, negligenciará a primeira se contar com a segunda para acertar o alvo”.

Chuang Tzu

"Na originalidade da cultura chinesa temos um mestre Taoísta chamado "Chuang-Tzu", aquele que ficou conhecido pela célebre frase:- é preciso ensinar o discípulo a pescar, preparar e depois comer o peixe; e não somente, dar o peixe".
Chuang Tzu também enfatizou ainda naquela época que “os homens deveriam construir pontes e não muralhas” entre eles.
Sua característica de comportamento, embora recluso e ermitão, mostrava o homem recluso e pensador na sua época e na ótica em relação a convivência em sociedade.

 Seguidor de Lao-Tsé Lihe-tzu, Chuang-Tzu, em tese discípulo do fundador do Taoísmo na China, nos seus ensinamentos explica que o ser humano não tem absolutamente a posição central, na qual a “unio-mystica” sugere e surge como a exaltada, ditosa e imperiosa à preferência dos "homens iluminados".
Ele e apenas ele, entre todos os seres é chamado a ela, “a posição central” a raiz; e ao alcançá-la, abandona o estado de ser parte fora do mundo material.

Esse estado de êxtase; essa saída, essa perda, é esse reencontro do “Eu”; é esse nascimento, essa morte e esse renascimento.
Na perspectiva Taoísta o homem reencontra-se com o seu próprio centro, o seu “Eu”, basicamente inalienável, no qual, o “uno”, sua característica de personalização é conservado e, portanto, protegido.
Na divindade, ou como quer que se denomine isso, na concepção ocidental, ou como acontece esta união com a divindade, a existência não será apagada se no transcorrer da via, o bem da unidade (homem), suportará a dualidade.
Será então promovida a “personalização”, pois o Uno do Tao, só se integra a alma que lhe ofereça a faculdade de ser o último e mais elevado sacrifício humano e que incontinente não se oponha a nenhuma resistência.
Consumado o surgimento do ser unico nessa manifestação espiritual, a alma, espírito, corpo e inteligência, tornam-se um centro autorizado pela divindade suprema.
Tornar-se-á um ser  para existir e viver por si,depois que gnitora lhe der o princípio para sobreviver como numa roda viva, nesse vai e vem de experiências e emoções.

Toda existência do ser como tal excêntrica e estática, sendo ou não no íntimo do ser humano, uma manifestação espiritual, quanto mais se sentir como um “Eu”, indissociável, indivisível, buscando a elevação do Ki a plenitude real se tornará mais visível .

 A essência do princípio da transformação Taoísta

A essência das práticas ascéticas, de movimentos simulando o andar, o espreguiçar e algumas características dos animais, bem como a prática da massagem segundo os princípios taoístas se norteou pela busca incessante do equilíbrio, ou seja, a homeostase,o equilibrio em que se baseia os conceitos yin e yang.
O ideograma mais usado nas práticas no oriente, como Tai Ji Quan, ou Tai Chi Chuan, Tui-Na, Anmo, Tao yin é Chi, ou Qi, ou Ki.
Pode ser compreendido como “energia vital”, fluido vital ou o poder da vida, poder interior “Nei Kung” ou simplesmente vida plena.
Essa seria talvez a mais adequada já que muitos mestres insinuam que ela é intraduzível.
A energia pode ser sentida através de vibrações quando o fluxo de Ki se manifesta.
Pode ser sentida também no aroma das flores, pode ser observado através de movimentos na natureza como as ondas do mar, como o vento e de outras formas, porém quando tentamos codificar na nossa mente, ela desaparece.

Podemos ver o deslocamento do vento, ver o vento mover as plantas, as folhas, mas Chi é como o ar, só se vê a energia "Ki, Chi ou Qi, em movimento.”
Sabemos que o ar existe porque respiramos e estamos vivos.

NO Japão o ideograma Ki na sua forma tradicional mostra a água dentro de uma chaleira aquecida e com o aumento do calor se transforma em vapor.
Quando um mestre oriental quer dizer respire, ele usa a palavra Chi, ou Ki.
Inspire o ar e expulse as impurezas.
Quando uma pessoa está doente, o médico pode dizer que Chi está funcionando mal.
Chi é apenas um conceito da tradcicional medicina chinesa. Cada pessoa e cda coisa tem o seu próprio chi.
Chi pode mudar rapidamente de uma hora para outra e provocar mudanças na natureza e no universo ao mesmo tempo.

Na ótica oriental, Ki ou Chi está presente em tudo no universo.
O universo na compreensão oriental é o Tao; aquele que quando pronunciado perde seu significado.È o inominável, tal a magnitude da natureza e do universo.

Sabemos que as energias yin e yang são utilizados para explicar a todas as mudanças,  mas não invalidam o princípio de propriedade do Chi.
Chi interage com Jing (essência); o corpo não existindo não produzirá Chi e sem chi não há vida.

Para ter saúde na concepção filosófica taoísta, é fundamental resguardar Jing.

Jing é a essência de cada pessoa tem respaldada nos seus ancestrais e amparada pela lei universal, ou seja as leis do Tao. Por isso é que os mestres e médicos chineses observam tanto o modo de vida regrado de algumas pessoas.
Para os médicos chineses, nossa energia é guiada pelo mundo que nos rodeia, interação homem e natureza.
 fluxo energético dos dias deve seguir um curso natural pela luz solar.
Quando acontece o ocaso e a luz do sol se põe, a energia yang se converte em yin e nesse horário é o momento ideal para sentir as transformações e as vibrações para começar a acalmar a mente.
esse momento é que devemos evitar beber estimulantes e alimentos pesados além de desacelerar a mente.
A meditação, exercícios respiratórios e alongamentos leves devem renovar a energia do corpo para o repouso.
Ao chegar a noite o yin entra em funcionamento e Ki, sangue e líquidos orgânicos tendem a se acomodar.    
Quando a essência Jing é desperdiçada em demasia, não consegue ser recomposta rapidamente pelo corpo; sua fonte Chi, a energia, pode iniciar um processo de mau funcionamento e daí vem a doença.
Chi, é energia condensada numa alternância de yin e yang e também é uma transformação da essencia Jing, pode ser refinado em Shen que também se alterna em consciência e a inconsciência, ou melhor dizendo, o espírito adjunto a alma dotada de inteligência.
 
No conceito do taoísmo, viver de acordo com as leis do Tao, a fonte de todas as coisas, indo ao sabor da corrente, não lutando contra a maré, tudo se faz e nada deixa de ser feito. É um fator simples de se compreender,"deixar que a natureza faça seu trabalho".      

A ótica do Zen

 No Zen, além da vida terrena, tudo que existe vive: e tudo que não “existe” ou não é codificado materialmente, também existe.
Simplesmente, tudo vive no centro do “Ser” sem abandoná-lo e com o poder de fazê-lo transformar-se.
A serenidade e a pureza desse efêmero instante isentam de intenções. Nada mais resta à nós senão voltarmos à um regresso para a raiz.

No Zen,ao referir-se ao “nada”, pode significar que o “nada” é o vazio do qual se refere “Chuang-Tzu”, é a via pela qual se busca “ a priori” o eixo vertical, sem forma e sem manifestação.
A mente, o corpo e o coração totalmente vazios, sem emoções ou manifestações,quaisquer que sejam,com o espírito sereno.

È necessário muito treino da técnica para se entregar totalmente a prática procurando deixar a mente vazia deicando de lado as preocupações, os infortúnios, os desconfortos e as "pegadinhas",elocubrações da mente intelectual.
No treino para a preparação da prática do Tai Chi Chuan é preciso muita concentração principalmente nas tres práticas feitas em pé que formam a base do Tai Chi.

A primeira manifestação está relacionada a postura que compreende o vazio. A primeira manifestação torna-se então a meditação que gera o início do movimento.
 
No centro do vazio, do "Nada” é que surge o germe da vida que é a energia primordial geradora de todas coisas. È uma parte do espírito no âmbito celestial em consonância com a mãe natureza que forma o espírito do homem.

Esse centro no homem é a sua raiz celestial, o seu “Deus” interno, a origem da vida e da morte e do renascimento até atingir a mais alta elevação para não mais retornar.
“Se decidires pela busca do TAO, podes estar em qualquer parte; no campo ou na cidade”.

 O TAO está em tudo que reside dentro e fora de nós.
“Todos os seres, homens, animais, vegetais e minerais vem do universo”.
De lá viemos e para lá voltaremos”.
“Se alcançarmos a plenitude da nossa benevolência”
“Essa viagem terá valido a pena”.

 Alexandre Gomes de Souza.